Acho que eu sempre quis um prêmio, sabe? Aplausos, bravos, tapinhas nas costas. Putz, nem sei o que te dizer... Haha. Como isso parece bobo assim, falado. Olhando agora, é ainda menos. Bom, tudo tá meio distorcido. Coisas boas, ruins, pequenas ou grandes. Tudo tão encaixado e especial e comum e prestes a desabar. Justo assim, booooom, como se nada significasse. Bom, se te consola, a gravidade é bem velha. Talvez o diabo seja ela, no fim das contas. O grande ralo metafísico do qual nem a luz escapa. Porra, valeu aí. Tu podia tentar me animar, só pra variar. Meu abraço é horrível, você não gostaria de provar, garanto. É. Mas é uma chuva de merda que não tem fim, porra. Nah, não seja assim. Você sabe que não é isso. Sei. Sei lá se sei, né. Mas faz sentido; ou tenta bravamente fazer. É esse o teu consolo? Sentido? Bah, lá vem você. Não consegue aliviar. Bom, eu posso. Sou ruim nisso, mas posso. Mas eu não devia te enganar, segundo você. É. Sabe o que seria massa? Uns clichês, não importa o quão brega. Imagine, tudo meio ofuscado pelo faz de conta, amarradinho no final. Podia até ter um narrador no final contando a moral da história. Hmm. O que você quer que eu diga sem a habitual filhadaputice? Heh, nem espero. Eu sou assim. Tendo a romancear. Até essas conversar contigo, manja. Sou capaz de achar que elas me levarão além. Além do que, homem? Ah... Caralho, tu é um bundão mesmo. I REST MY CASE. Até. Vamos marcar, hein?