ao longe, mais perto

she wolf


De noite, quando tudo que há é silêncio e
perigo. Ali, onde tudo que é banal do cotidiano
pode se encontrar com o que sempre esteve
ali e que não liga para nós, nem nos nota. Foi
e Virá sussuram ao mesmo tempo, cantarolando
baixinho a derrocada inevitável e a diversão que
a acompanha. O fiapo que nos cabe no tear vibra,
emitindo um pequeno som que poderia ser entendida
como uma nota, uma tímida tentativa de acompanhar
a orquestra maior. Assim crescemos forte, assim
conspiramos com o sereno. Passamos.


O giro avança e a gravidade do sentido tangencia
sua retirada, sempre sem perder a elegância perante
nossos olhos. A importância se dissipa acima, mais leve
e quente que o ar, indo ter com camadas mais elevadas
e com muito menos pequenos problemas. Dentro em
pouco não haverá mais ninguém escutando. Lugares
apenas para a boca, em detrimento aos ouvidos em
clara maioria. O desgosto permanece até que tudo se
renove novamente, na presença ou na ausência.